Por que ter uma Reserva de Emergência?
O QUE É RESERVA DE EMERGÊNCIA?
Hoje é muito comum esbarrar com o termo “Reserva de Emergência”. O que ela quer dizer? É o dinheiro que se deve ter em caixa para momentos de necessidade. Esse recurso irá te resguardar quando você se encontrar em uma situação que não havia como prever.
Dessa maneira, ela funciona como uma espécie de seguro. Então ao possuir uma reserva, você terá mais tranquilidade ao enfrentar situações adversas. Quando momentos imprevisíveis ocorrem, pode ser necessário um gasto financeiro extraordinário. Você precisa estar preparado para isso.
DE QUANTO PRECISO PARA FORMAR MINHA RESERVA?
Não existe um valor certo e pode variar muito de pessoa para pessoa. O mais importante é que ela te dê segurança, que você fique confortável para poder pensar com calma, refletir e reagir a situações que não estavam em seu radar.
A ideia principal é ter tranquilidade, logo a constituição da reserva vai depender principalmente de como você obtém a renda que te sustenta atualmente. Se é autônomo, empregado com carteira assinada (CLT) ou funcionário público, por exemplo. Para cada um, o tamanho da reserva poderá variar bastante. Em geral, ela tem que cobrir, no mínimo, de 6 a 12 meses dos seus custos mensais.
Vamos aprofundar no raciocínio de como você deve refletir inicialmente no momento de constituir a sua reserva. Existem outros fatores que devem ser levados em consideração, mas vamos ao principal:
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Funcionários Públicos
Para esses profissionais, é comum recomendar algo em torno de 3 a 6 meses a sua renda mensal individual ou familiar, a depender do caso. Por ser uma categoria com uma “estabilidade” maior do que os empregados da iniciativa privada, a renda não varia tanto de um mês para outro e a probabilidade de perderem o emprego é menor.
Porém eles não estão livres dos riscos que existem de simplesmente estarmos vivos. Por exemplo, qualquer problema grave de saúde ou um acidente com perda total de um veículo não segurado pode exigir um grande dispêndio de recursos. Dessa maneira, se a renda mensal individual ou familiar de um funcionário público for de 8 mil, a reserva deveria estar entre 24 a 48 mil.
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Empregados da iniciativa privada
Essa categoria de trabalhadores também está sujeita aos mesmos riscos que os funcionários públicos, mas com um agravante: ao contrário das pessoas que trabalham para o Governo, os trabalhadores privados estão mais expostos ao risco de perder a sua renda principal, de ficarem desempregados.
Diante disso, precisam ter um colchão financeiro maior, que não deveria ser menor do que o equivalente a 6 meses da renda mensal individual ou familiar. Nesse sentido, se a renda mensal é de 5 mil, a reserva de emergência deveria ser de no mínimo 30 mil.
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Profissionais autônomos
Para esses, é preciso uma análise preliminar de seu custo de vida. Por não receberem salário, não é possível precisar quanto dinheiro terão a cada mês. Assim é necessário fazer a organização mensal de seus gastos dos últimos 12 meses.
Desse modo pode-se descobrir quanto é o seu custo médio mensal para se manter. Essa informação é importante devido a maior exposição aos riscos do dia a dia que possuem.
A maioria deles dependem de si para terem sua renda. O que isso quer dizer? Quando estão trabalhando eles têm renda, quando não trabalham, geralmente não têm.
Portanto, se forem acometidos por algum acidente ou doença que os impossibilite de trabalhar temporariamente, poderão ficar sem dinheiro. São uma categoria mais vulnerável, o que resulta na necessidade de uma reserva de emergência maior.
Se em média o trabalhador autônomo tem um custo de vida de 4 mil reais por mês, então deve multiplicar isso por 12 (meses), o que resultaria em 48 mil reais de reserva.
ONDE INVESTIR A RESERVA DE EMERGÊNCIA?
Já que a reserva de emergência deve ser utilizada em momentos de necessidade, nada mais importante do que ela estar em um lugar de fácil acesso. Procure deixá-la em aplicações financeiras de liquidez imediata, as quais você terá acesso no momento em que for necessário.
É recomendável também que uma pequena parte da reserva esteja em dinheiro em espécie. Se você perder seu celular, sua carteira ou bolsa com seus cartões, ou mesmo ter seu CPF bloqueado, você poderá ficar sem acesso às contas bancárias com sua reserva financeira. Nesse momento, o dinheiro físico salva vidas.
Ainda que a reserva de emergência não tenha como foco obter a melhor rentabilidade, evite colocá-la na poupança. Existem contas digitais que podem ser abertas online e totalmente gratuitas e que rendem 100% do CDI, superando com folga o rendimento da poupança.
Grande parte dessas contas digitais possuem a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), proporcionando uma boa segurança e rentabilidade para sua reserva, além de ser possível efetuar o resgate do dinheiro a qualquer momento. Um bom exemplo desse tipo de conta é o banco digital do Itaú, o Iti.
COMO COMEÇAR A FORMAR MINHA RESERVA?
Comece aos poucos e com o que você puder. O importante é começar, criando o hábito de sempre guardar dinheiro.
Em momentos difíceis, qualquer valor é melhor do que nada. Lembre-se de considerar essa reserva como “intocável”. Seu uso deve ser restrito a situações específicas.
Não deixe de criar essa reserva para se sentir financeiramente seguro e não comece a investir, seja em renda fixa ou variável, antes de ter pelo menos parte dela já constituída.
Por que viver um degrau abaixo no longo prazo é muito poderoso
Por que viver um degrau abaixo?
Em um mundo onde o consumo desenfreado e a ostentação são muitas vezes celebrados, a ideia de viver um degrau abaixo do que sua renda permite pode parecer contraintuitiva. Porém, essa postura financeira, especialmente quando aplicada a longo prazo, tem o poder de transformar não apenas sua estabilidade financeira, mas também a forma como você encara a vida e seus objetivos. Viver um degrau abaixo no longo prazo é uma estratégia inteligente e eficaz para alcançar a liberdade financeira.
O que significa viver um degrau abaixo?
Viver um degrau abaixo consiste em adotar um estilo de vida que fica um aquém do que sua renda permitiria. Seria, por exemplo, você ganhar 5 mil e viver com 4 mil, ou se seu orçamento mensal comporta confortavelmente um carro novo, você opta por um usado. Se você puder morar em um apartamento maior, escolha um mais modesto. A ideia é gastar menos do que você pode, criando uma margem financeira que será fundamental para sua segurança e crescimento a longo prazo.
O objetivo dessa estratégia é que você não precise maximizar seu consumo só porque sua renda permite. Ao invés disso, você usa essa margem de sobra para poupar, investir, se divertir e garantir um futuro com maior liberdade financeira.
Por que essa estratégia funciona no longo prazo?
Acumulação de Riqueza
Uma das maiores vantagens de viver um degrau abaixo é a capacidade de acumular riqueza ao longo do tempo. A diferença entre o que você ganha e o que gasta, investido em ativos de forma inteligente, como renda fixa, ações, fundos imobiliários, dentre outros. Com o tempo, esses investimentos podem valorizar significativamente, aumentando seu patrimônio e oferecendo mais segurança no futuro.
Proteção contra imprevistos
A vida é cheia de imprevistos: crises econômicas, desemprego, problemas de saúde, acidente de carro, e outras emergências podem surgir a qualquer momento. Viver um degrau abaixo cria uma segurança financeira que permite lidar com esses imprevistos sem comprometer drasticamente seu estilo de vida. Em vez de recorrer a empréstimos ou acumular dívidas, você pode usar suas economias para enfrentar essas situações de forma mais tranquila.
Redução do estresse financeiro
Uma vida financeira no limite pode gerar estresse constante. Qualquer despesa inesperada pode causar ansiedade e desestabilizar seu orçamento. Ao viver um degrau abaixo, você reduz esse estresse, pois sabe que tem uma folga financeira. Essa tranquilidade mental é inestimável, permitindo que você aproveite a vida sem preocupações constantes sobre dinheiro. Além disso, você estará mais apto para poder pagar por mais lazer e diversão, sem a culpa por estar gastando além do que deveria.
Liberdade de Escolha
Viver um degrau abaixo também proporciona maior liberdade de escolha no futuro. Com uma reserva financeira sólida e investimentos crescentes, você não está preso a um emprego ou situação que não lhe agrada. Você pode optar por trabalhar menos e desenvolver um trabalho paralelo que você goste, mudar de carreira ou até mesmo se aposentar mais cedo. Essa liberdade é um dos maiores benefícios de poupar e investir de forma inteligente o excedente financeiro.
Como adotar essa estratégia no longo prazo
Defina um estilo de vida que seja sustentável
Para viver um degrau abaixo, você precisa definir um estilo de vida que você consiga manter a longo prazo. Isso significa fazer escolhas conscientes, mais racionais, sobre onde e como você gasta seu dinheiro. É importante encontrar um equilíbrio entre viver confortavelmente e não ceder ao desejo de gastar excessivamente só porque você pode ou porque outras pessoas, em tese de mesmo nível financeiro que você, estão gastando.
Estabeleça metas financeiras de longo prazo
Metas são extremamente importantes para manter o foco. Quer se trate de comprar uma casa, financiar a educação dos filhos, fazer uma grande viagem, ou uma aposentadoria confortável, saber o que você deseja alcançar ajudará a justificar a escolha de viver abaixo de suas possibilidades. Essas metas servirão como motivação para continuar economizando e investindo ao longo do tempo.
Invista em educação financeira
Educar-se financeiramente é importantíssimo para tomar decisões melhores e maximizar o potencial de suas economias. Aprender sobre diferentes tipos de investimentos e planejamento financeiro permitirá que você use seus recursos da melhor forma possível. Isso pode incluir desde cursos online, livros, pós-graduação, ou até contratação de consultores financeiros ou planejadores financeiros para auxiliá-lo nessa jornada.
Reveja e ajuste seu plano regularmente
A vida e as finanças estão em constante mudança, por isso, é importante revisar e ajustar seu plano periodicamente. À medida que sua renda cresce ou suas circunstâncias mudam, você pode decidir aumentar sua margem de poupança, diversificar seus investimentos ou até mesmo reavaliar suas metas de longo prazo, aumentando seu custo de vida, se já tiver um bom patrimônio acumulado.
Conclusão
Viver um degrau abaixo no longo prazo é uma estratégia inteligente para construir segurança e liberdade financeira. Ao optar por um estilo de vida que prioriza um o futuro, sem abrir do presente, você não só acumula riqueza, mas também ganha tranquilidade e a liberdade de fazer escolhas significativas ao longo da vida. Embora possa exigir disciplina e paciência, os benefícios dessa atitude são inestimáveis.
Portanto, essa estratégia não é sobre privação, mas sobre controle e planejamento. O dinheiro que você ganha não é para pagar apenas as contas do mês, mas para pagar as contas da vida. É sobre tomar as rédeas de sua vida financeira e garantir que, independentemente das circunstâncias externas, você está preparado e no caminho certo para alcançar seus objetivos. Ao viver um degrau abaixo, você constrói não só um futuro mais seguro, mas também uma vida mais equilibrada e feliz.
Principal lição da Psicologia Financeira de Morgan Housel
Para o sucesso financeiro, seu comportamento é mais importante que sua habilidade.
A premissa do livro é que o sucesso financeiro tem menos a ver com inteligência e muito mais a ver com o comportamento. E a forma como alguém se comporta é uma coisa muito difícil de se ensinar, mesmo para pessoas bastante inteligentes.
Assim para ilustrar essa ideia, o autor destaca que, no mercado financeiro, um gênio que não consegue controlar suas emoções pode ser um desastre financeiro. Em contrapartida, alguém comum, sem educação financeira, pode ter grande sucesso financeiro, desde que tenha algumas habilidades comportamentais não relacionadas aos métodos tradicionais de inteligência.
A fim de exemplificar essa afirmação, o Morgan conta a história Ronald James Read, uma pessoa comum, que foi frentista e faxineiro, e acabou se tornando um filantropo, após conseguir grande riqueza como investidor, deixando alguns milhões de dólares em doação para o hospital e para a biblioteca de sua cidade.
Ele foi a primeira pessoa de sua família que concluiu o ensino médio e necessitava de carona todos os dias para chegar à escola. Passou 25 anos consertando carros e 17 anos varrendo o chão de uma grande rede de lojas de departamentos. Comprou sua casa aos 38 anos de idade e viveu nela pelo resto da vida.
O Sr. Read morreu em 2014, aos 92 anos de idade e foi após esse momento que ele ganhou “fama”, porque, naquele ano, segundo o autor, 2.813.503 pessoas morreram nos EUA. Menos de 4 mil dessas pessoas tinham patrimônio líquido superior a 8 milhões de dólares quando faleceram e o Sr. Read estava nesse grupo seleto.
Dessa maneira o que pode te deixar surpreso é como alguém com uma vida tão simples e comum como a dele poderia alcançar tamanha riqueza. Diferente do que a maioria pode pensar, não há nenhuma história secreta. Nada de bilhete de loteria ou herança. Ele apenas guardou o pouco que podia, montando um carteira de investimentos com ações de grandes empresas e fez isso repetidas vezes ao longo dos anos e esperou até que o patrimônio alcançasse o patamar de 8 milhões de dólares. Simples assim.
Sem saber, o Sr. Read aplicou a famosa frase do famoso investidor Charlie Munger que diz que o grande dinheiro (ou dinheiro de verdade) não está na compra e na venda, mas sim na espera”.
Esse comportamento parece simples, mas extremamente difícil de realizar. Porque investir por tanto tempo, resistindo a todas as crises financeiras que ocorreram ao longo dessas décadas de investimento, sem vender uma única ação e, dependendo, até comprando mais, é um comportamento que pessoas consideradas “mais inteligentes” ou “melhor instruídas” normalmente não conseguem fazer.
Além disso, o mais interessante é que o Morgan Housel conta uma outra história, em contraponto a do Sr. Read, que aconteceu alguns meses antes. Richard Fuscone, um alto executivo, era tudo que o Sr. Read não era. Ele teve uma ótima formação em Havard, com direito a pós-graduação, e uma ótima carreira em um grande banco, o Merrill Lynch. Como consequência, se aposentou aos 40 anos. Quando em atividade, chegou a ser eleito pela revista Crain, especializada em negócios, como um dos 40 empresários de sucesso com menos de 40 anos.
Diferentemente do Sr. Read, Fuscone fez um grande empréstimo em meados dos anos 2000, para expandir sua mansão de mais de 1,5 mil metros quadrados, em Connecticut, a qual tinha onze banheiros, dois elevadores, duas piscinas e sete garagens, o que gerava um custo de manutenção de 90 mil dólares mensais. Em 2008, veio a crise financeira do mercado hipotecário americano, afetando as finanças de quase todo mundo, e, aparentemente, transformou o dinheiro do Sr. Fuscone em pó. As dívidas altas e ativos sem liquidez, o levaram à falência.
O Sr. Fuscone declarou a um Juiz de falências, em 2008, que não possuía mais nenhuma fonte de renda. Após isso, perdeu a primeira de suas casas em uma execução judicial. Em 2014, foi a vez da mansão que ele havia expandido. Cinco meses antes do Sr. Read falecer e deixar sua fortuna para a caridade, a mansão do Sr. Fuscone foi vendida em um leilão de execução hipotecária por um valor 75% abaixo do laudo de avaliação feito por uma seguradora.
É nesse momento que podemos destacar o quanto o mercado financeiro é democrático. Essas duas histórias enfatizam essa ideia. O Sr. Read era paciente, o Sr. Fuscone, mais ganancioso. Esse comportamento diferente foi suficiente para que a diferença entre a formação e a experiência de mercado deles se tornasse irrelevante.
O ponto não é que você deva ser mais como o Sr. Read e menos como o Sr. Fuscone, apesar de não ser um conselho ruim. Mas a principal conclusão aqui é que, provavelmente, apenas no mercado financeiro, uma pessoa sem diploma universitário, sem treinamento, sem experiência formal e sem conexões pode superar de forma relevante alguém com melhor educação, melhor treinamento e melhores conexões.
Em nenhuma outra área você verá um faxineiro superar um médico cirurgião, um engenheiro, um arquiteto, um físico, e por aí vai. Só consigo imaginar isso possível no mercado financeiro. Dito de outra forma, o sucesso financeiro não é uma habilidade técnica. É uma habilidade pessoal, na qual o seu comportamento é mais importante do que o seu conhecimento.
Financiamento imobiliário vale a pena? Um guia para decidir
Na compra do imóvel próprio é um dos maiores sonhos dos brasileiros e a maneira mais conhecida de realizá-lo é por meio do financiamento imobiliário. Mas afinal, vale a pena financiar um imóvel hoje? Bem, a decisão de optar pelo financiamento imobiliário deve ser tomada com cautela, considerando os prós e contras dessa modalidade de compra. Neste artigo, vamos explorar detalhadamente se o financiamento imobiliário vale a pena. Vamos abordar desde o funcionamento do financiamento até às vantagens e desvantagens, além de dicas para tomar a melhor decisão.
Como funciona o financiamento imobiliário?
Ele nada mais é do que um empréstimo concedido por instituições financeiras para a compra de um imóvel. O comprador obtém o valor que precisa para a aquisição do imóvel e se compromete a pagar o montante total em parcelas mensais, acrescidas de juros e outras taxas, ao longo de um período determinado, que normalmente varia de 10 a 35 anos.
Quais os tipos de financiamento existentes?
- Sistema Financeiro da Habitação (SFH):
– Destinado a imóveis de até um determinado valor (varia conforme a legislação vigente).
– Taxas de juros limitadas por lei.
– Possibilidade de uso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para amortização do saldo devedor.
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Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI):
– Não possui limite de valor para o imóvel.
– Taxas de juros mais altas e não regulamentadas.
– Maior flexibilidade nas condições de financiamento.
- Minha Casa Minha Vida/Casa Verde e Amarela:
– Programas governamentais voltados para a população de baixa renda.
– Subsídios e condições facilitadas de pagamento.
Quais as principais vantagens do financiamento imobiliário?
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Aquisição imediata
A principal vantagem do financiamento imobiliário é a possibilidade de adquirir o imóvel imediatamente sem precisar esperar anos para juntar o valor total. Isso é extremamente importante para quem ainda não possui reservas financeiras de grande valor, mas deseja sair do aluguel ou ter uma casa própria.
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Planejamento financeiro
O financiamento permite um planejamento financeiro mais previsível, pois as parcelas mensais são fixas ou decrescentes, a depender do sistema de pagamento utilizado, se PRICE ou SAC, e são reajustadas de acordo com índices previamente acordados, em grande parte pela TR (taxa referenciada). Isso facilita o controle do orçamento familiar e evita surpresas desagradáveis que o aluguel proporciona, como a venda inesperada pelo proprietário do imóvel que você está alugando, por exemplo.
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Valorização do imóvel
Imóveis tendem a valorizar ao longo do tempo, pelo menos corrigindo a inflação do período, especialmente os imóveis com localização e infraestrutura e localizados em locais que tendem a ter um bom crescimento econômico. Ao adquirir um imóvel financiado, você pode se beneficiar dessa valorização, aumentando seu patrimônio.
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Uso do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço)
No caso do SFH, é possível utilizar o FGTS para dar entrada, abater parte do saldo devedor ou pagar parcelas do financiamento. Isso pode reduzir significativamente o valor total pago pelo imóvel. Além do mais, como o FGTS é de uso muito restrito e seu rendimento é 3% a.a corrigido pela TR, poder sacá-lo e utilizar na aquisição da casa própria pode ser um de grande valia. Como o imóvel tende a valorizar pelo menos a inflação ao longo do tempo, o que, no Brasil, em média, ela é superior a 4-5%, o valor que estaria parado rendendo 3% no FGTS, estaria “aplicado” em sua casa própria.
Condições facilitadas
Já que o financiamento é uma modalidade de empréstimo em que o imóvel objeto do financiamento é dado em garantia pelo empréstimo, as instituições financeiras oferecem condições facilitadas para o financiamento, como taxas de juros atrativas e prazos longos para pagamento. Isso acontece porque caso você não consiga arcar com as prestações do financiamento, o banco pode exigir que você saia do imóvel e ele fará a venda do imóvel por meio de leilão, a fim de quitar o saldo devedor restante. Dessa forma, tendo o imovel como garantia, os juros cobrados nos financiamentos habitacionais acabam sendo menores do que em um empréstimo normal, que não possue essa garantia real.
Desvantagens de financiar um imóvel
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Custo efetivo total elevado
Uma das maiores desvantagens do financiamento imobiliário é o combo juros + longo prazo. Mesmo que as taxas de juros do financiamento sejam menores do que as dos empréstimos tradicionais, ao longo de 20 ou 30 anos, os juros acumulados podem duplicar ou até triplicar o valor inicial do imóvel.
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Endividamento de longo prazo
O financiamento imobiliário é um compromisso de longo prazo, muitas vezes de 20 a 30 anos. Esse comprometimento pode limitar a capacidade de contrair outras dívidas ou realizar investimentos importantes durante esse período.
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Risco de desvalorização
Embora a valorização do imóvel seja um benefício potencial, existe também o risco de desvalorização, especialmente em áreas que enfrentam problemas econômicos ou sociais ou que estejam mais suscetíveis a desastres naturais. Isso pode resultar em um patrimônio menor do que o esperado.
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Custos adicionais
Além das parcelas do financiamento, o comprador deve considerar outros custos associados à aquisição do imóvel, como taxas de escritura, ITBI (imposto de transmissão de bens imóveis), registro em cartório, seguro de financiamento e despesas com manutenção. Esses custos adicionais podem somar uma quantia significativa ao longo do tempo.
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Rigidez contratual
O contrato de financiamento imobiliário é bastante rígido, e qualquer atraso no pagamento das parcelas pode resultar em penalidades severas, incluindo a perda do imóvel. Isso exige um planejamento financeiro rigoroso e a capacidade de lidar com imprevistos.
Como tomar a melhor decisão?
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Avalie sua capacidade financeira
Antes de decidir financiar um imóvel, avalie sua capacidade financeira com realismo. Considere ter uma reserva de emergência, além de avaliar bem as despesas fixas e variáveis, e quanto você pode arcar mensalmente sem comprometer seu padrão de vida. Tente visualizar os possíveis cenários que poderão surgir em sua vida nos próximos 10, 15, 20 ou 30 anos, e que poderão impactar sua vida financeira.
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Compare taxas de juros
Pesquise e compare as taxas de juros oferecidas por diferentes instituições financeiras. Pequenas diferenças nas taxas de juros podem resultar em economias significativas ao longo do prazo do financiamento. Se for o caso de já estar em um financiamento, faça pesquisas para saber se alguma instituição está oferecendo taxas melhores que a do seu financiamento atual. Isso permitirá que você possa solicitará a portabilidade do seu financiamento com uma pagando menos juros.
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Considere a possibilidade de amortização
Verifique se você tem a viabilidade de amortizar parte do saldo devedor ao longo do tempo, utilizando recursos extras, como o 13º salário, bônus ou economias. A amortização pode reduzir o valor total pago e encurtar o prazo do financiamento.
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Avalie a localização do imóvel
A localização do imóvel é um fator crucial para sua possível valorização futura. Prefira imóveis em áreas com boa infraestrutura, próximo às paradas de ônibus e estações de metrô e com potencial de crescimento econômico, tendo em vista que localização impacta não só na valorização, mas diretamente na qualidade de vida dos moradores.
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Utilize simuladores de financiamento
Utilize simuladores de financiamento disponibilizados por bancos e instituições financeiras para ter uma ideia clara do valor das parcelas, taxas de juros e outras condições do contrato. Isso ajuda na análise inicial para tomar a decisão mais assertiva possível.
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Consulte um especialista
Considere consultar um especialista em finanças para obter orientação personalizada. Um profissional pode ajudar a avaliar as opções de financiamento, identificar oportunidades de mercado e evitar armadilhas contratuais, além de poder lhe apresentar cenários que você pode não ter vislumbrado quando tomou a decisão de adquirir o imóvel.
Quando financiar um imóvel vale a pena?
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Necessidade imediata de moradia
Se você precisa de um lugar para morar imediatamente e não tem tempo ou recursos para economizar o valor total, o financiamento pode ser uma alternativa. Isso é muito relevante para famílias que desejam sair do aluguel e ter uma moradia estável.
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Mercado imobiliário favorável
Quando as taxas de juros estão baixas e o mercado imobiliário apresenta boas oportunidades, financiar um imóvel pode ser uma decisão inteligente. Aproveitar condições de financiamento favoráveis pode resultar em economias significativas a longo prazo.
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Planejamento de longo prazo
Se você tem um planejamento financeiro sólido e capacidade de lidar com um compromisso de longo prazo, o financiamento pode ser uma maneira eficaz de adquirir um patrimônio valioso e estabilizar o custo fixo da despesa com maradia. Como as prestações de um financiamento tendem a ser fixas ou decrescentes, essa parte do seu orçamentofica estabilizada. Diferentemente de quando você está pagando aluguel, o qual tende a ser corrigo anualmente pela inflação. Logo, ao invés de pagar aluguel corrigido, o seu imóvel financiado estará, até certo ponto, sendo corrigo pela inflação ao longo do tempo.
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Uso do FGTS
Para quem tem saldo no FGTS, utilizá-lo para abater o saldo devedor ou pagar parcelas do financiamento pode tornar a compra do imóvel mais viável e econômica.
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Portabilidade do Financiamento
Se a situação econômica der uma melhorada e as taxas de juros do financiamento diminuírem, existe a possibilidade de você efetuar a portabilidade do seu financiamento. O que isso quer dizer? Se as taxas oferecidas atualmente estão menores do que a que você está pagando, você pode solicitar a transferência do seu financiamento. Dessa maneira, voce pode se dirigir a uma instituição que aceite “comprar” seu financiamento, oferecendo uma taxa de juros menor. Isso diminuirá os custos do seu financiamento e a instituição compradora terá um novo cliente pagando juros a ela.
Conclusão
Pagar juros é semrpe pior do que receber juros. Porém, fanaciar um imóvel pode valer a pena, desde que a decisão seja tomada com base em uma análise cuidadosa e realista de sua situação financeira e objetivos de longo prazo. Avalie os prós e contras, compare as opções de financiamento disponíveis e considere consultar um especialista para tomar a melhor decisão. Fique atento à possibilidade de fazer portabilidade e efetuar amortizações. Com planejamento e disciplina, o financiamento imobiliário pode ser uma ferramenta poderosa para realizar o sonho da casa própria e construir um patrimônio sólido para o futuro.
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